ISTO É - O sr. visita mestres na Índia com freqüência.
Há alguma parábola que o sr. aprendeu com eles que o ajude a agir?
ROBERTO SHINYASHIKI -
Quando era recém-formado em São Paulo,
trabalhei em um hospital de pacientes terminais.
Todos os dias morriam nove ou dez pacientes.
Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte.
A maior parte pega o médico pela camisa e diz: “Doutor, não me deixe morrer.
Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero ser feliz.”
Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada.
Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.
Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis.
Uma história que aprendi na Índia me ensinou muito.
O sujeito fugia de um urso e caiu em um barranco.
Conseguiu se pendurar em algumas raízes.
O urso tentava pegá-lo.
Embaixo, onças pulavam para agarrar seu pé.
No maior sufoco, o sujeito olha para o lado e vê um arbusto com um morango.
Ele pega o morango, admira sua beleza e o saboreia.
Cada vez mais nós temos ursos e onças à nossa volta.
Mas é preciso comer os morangos.
Entrevista completa
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