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sábado, 13 de agosto de 2011

Milagres, de Walt Whitman 

por que e por quem tantos milagres são feitos?
por mim, nada conheço que não sejam milagres.
quer caminhe pelas ruas de Manhattan,
ou olhe o céu por cima dos tetos das casas,
ou chapinhe de pés nus ao longo da praia, à beira d'água,
ou fique parado sob as árvores da floresta,
ou fale com quem amo, ou durma na cama com aquele dos meus sonhos,
ou me sente a mesa , ao jantar, com os outros,
ou pondo os olhos em estranhos viajando num carro em sentido contrário,
ou observando as abelhas em torno da colméia numa tarde de verão,
ou os animais pastando nos campos,
ou os pássaros ou a maravilha dos insetos no ar,
o espetáculo do sol no ocaso, ou as estrelas tão quietas e brilhantes no espaço infinito,
ou a esquisita, delicada e tênue curva da lua nova na primavera;
estes e o resto, um só e todos, são milagres para mim,
referidos ao todo, mas cada um distinto e em seu lugar.

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