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terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu adoro ser um trapezista nesse circo escandaloso em que a vida se transforma. Às vezes estou na corda bamba, às vezes faço papel de palhaço, às vezes rio dos outros palhaços. Tem dias que rio de mim mesmo, e tem dias que enfrento feras e metáforas. Mas vivo sempre lá em cima, trapezista da minha própria existência, bailarino da minha própria esperança. Quase sempre mando que até retirem as redes de proteção para que o risco seja maior que o riso, para que os saltos sejam mais altos e profundos, para que a aventura seja mais emocionante e mais perfeita. E se um dia eu voar de encontro ao chão, isso não terá importância alguma, porque viverei também a emoção da própria queda. Em nome da vertigem toda queda tem poesia. Quem cai por amor à vida, cai sempre para cima.
                                                                           Edson Marques

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